motivação.

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sábado, 21 de março de 2009




" Tudo o que eu queria era sentir de novo o amor, eu daria tudo pra sentir de novo o amor"

O motivo da foto de hoje do post não é uma expressão da minha personalidade masoquista não, longe de mim, mas quero mostrar as duas faces do amor em um único símbolo: o coração, que é o símbolo UNIVERSAL do amor, e o sangue, que representa a dor que algumas vezes ou melhor sempre passamos por isso! Além de estar feliz por reencontrar meu Dudu, algo me trazia umas coisas estranhas, eu queria acreditar que dessa vez ia dar certo, que iriamos ficar juntos "finalmente", uma coisa me tirava dessa "órbita", quando pensava em Itacoatiara me vinha logo a cabeça meu surfista preferido, mas dessa vez um surto de realidade me tirou o sossego, lembrei que daqui a algumas semanas teria que voltar para minha cidade e então dar adeus aos meus sonhos, ou melhor: meu sonho "Eduardo"...


XII

Estava cada vez mais próximo o fim da viagem de volta a Itacoatiara, depois desses dias longe e de ter viajado quase "fugida", me sentia muito contente com a volta, além do mau pressentimento que enchia minha cabeça. Algum tempo passado, "Itacoatiara chegamos", assim disse Rebecca quando descemos do ônibus, Bia já reclamava que não tinha visto nenhum shopping e que seu notebook estava descarregado; eu estava com a boca seca, o tempo estava um pouco fechado, um vento frio tirava a alegria de correr pra praia, fomos então para a pousada. Chegando na pousada dei de cara com Fred, o filho da dona da pousada, ele me deu um sorriso e pegou nossas malas, como era muito bonito e estava de bermudão, Rebecca já olhou com segundas intenções para o rapaz, mas ele era mais jovem e inocente, nem percebeu nada; depois de deixar as malas no quarto, Fred me deu um recado um tanto "não desejado": Minha família tinha ligado perguntando por mim, pediram para retornar a ligação com urgência... Fiquei calada, não sabia o que dizer além do "obrigada" de praxe. As meninas foram tomar banho e trocar de roupa para passearmos pela cidade, enquanto elas arrumavam-se, desci para comer algo, me sentei num sofá enquanto esperava minhas amigas descerem, pra quebra a festa de "geral" começou a chover, uma chuva estranha, tinha um vento forte, pingos grossos, pingava muito pouco, mas era esquisito, nunca tinha presenciado algo parecido. Rebecca e Beatriz preferiram ficar de conversa com alguns hóspedes da pousada, pra variar eram homens fortes, brozeados e surfistas, não posso negar que eram bem gatinhos e interessantíssimos, mas o que eu queria não estava ali. Enquanto todos conversavam e a chuva deu uma trégua, sai "á francesa" e fui para a praia, para meu maior espanto, tudo estava quase deserto, também com um mar tão agitado quem seria doido de entrar? Tirando algumas pessoas nas barracas, quase todas fexadas, na praia só tinha mesmo areia e água salgada; a força do mar com suas ondas me fascinavam,a correnteza realmente estava brava, puxando e perigoso, aquilo me fascinava, era como se eu estivesse hipnotizada, me sentei, não sei o que me deu, mas precisava entrar no mar, como se algo me chamasse, incrível! Me levantei aos poucos, deixei tudo o que trazia nas mãos jogados na areia, o vento ficou mais forte, meus cabelos que estavam presos, soltaram-se; fui andando em direção as águas do mar, quando estava prestes a entrar uma mão me segurou forte no meu braço... Nem acreditei quando vi de quem se tratava, Eduardo me encarava sério, eu olhava sem acreditar, num movimento brusco e rápido me puxou e arrastou-me até uma barraca, estávamos só nós dois, fui praticamente, sem delicadeza alguma, jogada em uma cadeira enquanto ele buscava meus pertences que estavam jogados na areia e o vento quase levando. A ficha neste momento caiu, ele não parecia nem um pouco alegre ao me reencontrar, quando sentou-se ao meu lado falou algo meio grosseiro: "Você está louca? Virou suicida? Ia entrar no mar agitado desse jeito? Você não pensa, não?!" Fiquei meio sem palavras, dá até pra entender né? Olhei para os lados, meio constrangida, tentei argumentar: "Não foi porque quis, fiquei tão fascinada que me deixei levar, mas não ia entrar." Ele me olhou com um pouco de vergonha, acho que pela maneira com que falou comigo, perguntou onde eu estava os dias passados, enquanto conversavamos a chuva caía forte, não dava pra encarar ir pra casa debaixo daquela água toda, e ainda estava ventando muito, uma parte da barraca onde estávamos foi levada pelo vento, saímos dessa barraca e fomos nos abrigar no posto da praia, estava fexado, mas tinha um lugar seguro, dava pra esperar a chuva passar sem medo. O assunto entre nós acabou e a chuva não parava, pelo contrário, ficava mais forte ainda, estávamos molhados, ele espirrava muito e tirou a blusa, me disse para fazer o mesmo ou ficaríamos doentes, o momento não era propício, mas não conseguia mais esconder a curiosidade e perguntei: "Você e a Bárbara, como estão?" O que eu esperava era uma notícia positiva em meio a tantas descepções, mas pelo contrário, ele me disse que resolveu dar uma nova chance a garota. Fiquei balançada com a novidade, não teve como esconder a descepção, e consequentimente ele percebeu minha cara de desânimo; se aproximou de mim quando ia falar algo um trovão estrondoso nos assustou e ele me abraçou, acho que por solidariedade a meu visível medo, segurou forte na minha mão, estava tremendo devido ao frio intenso que fazia, me agarrei nele com a intenção de esquentar e ajuda-lo...Óbvio que estava tirando uma casquinha também, não sou de ferro, ficamos abraçados por algum tempo, sem dizer nada, só se ouvia o som da respiração. Era uma provação muito grande, sabia que não tinha força para suportar aquela situação totalmente "normal", e o estopim foi quando lembrei de um pensamento que li na página de recados de um amigo, ele dizia: "Não impeça os seus impulsos.Empregue-o de acordo com o momento. Amor e inteligência unidos têm maior força"...