motivação.

motivação.

sábado, 23 de maio de 2009


XVI

O nervosismo de ter a conversa com Márcio era fulminante, estava aflita e não sabia o que falar, como começar a falar, como agir. Qual seria a reação dele? O que ia acontecer depois dessa conversa? Eu estaria errada em esclarecer tudo, uma atitude que talvez poderia nos afastar, e com isso perderia um alguém que me fizesse esquecer Eduardo, o que acontecia comigo? Acho que meu inconciente não queria esquecer o amor que sentia por Dudu, e terminar, o que nem tinha começado, com Márcio iria mostrar para todos que sou fiel aos meus sentimentos, fiel ao meu amor. A cada passo que Márcio dava em minha direção, nossa que aflição, me sentia mais perto do abismo, um abismo tão torturante. Meus pensamento brotavam como água da torneira, e ver aquele homem "espetáculo" sorrindo, nossa que sorriso, iluminava tudo, a água escorrendo pelo rosto, passando pelos lábios, o queixo, pescoço, a barriga malhada, aquele corpo moreno tão... Enfim, chegou a hora da verdade, chamei Márcio para um lugar mais reservado, não sabia o que dizer, enrolei, gaguejei, tossi, suava frio, e falei! Falei tudo o que queria, perguntei o que tinha acontecido no quarto quando ficamos juntos, o que ele queria comigo, se iamos ficar com amizade colorida ou se ele tinha outras intenções. Me surpreendi no meu desempenho, fui tão direta, depois que decidi parar de enrolar falei, e por incrível que pareça Márcio achou graça, não parava de rir, me senti uma palhaça! Ele me explicou que não era de se amarrar, que queria viver uma aventura, que tinha sentido uma química comigo, que tava afim de "deixar rolar". O que eu podia falar? Fiquei pasma com o que escutei, uma boca tão linda falando aquilo, interropi na hora, o que ele pensava? Que eu era assim uma qualquer? Que fica uma vez e se "der vontade" nele de ficar comigo de novo é só chamar que eu fico?! Ah, mas não mesmo, o que eu podia esperar de uma homem como ele? Chegou todo mansinho cheio de palavras fofas, pediu desculpas, criou o maior clima pra depois me falar aquilo, "sinto muito Márcio, mas o que você esta pensando é totalmente contrário ao que eu penso e ao que eu quero da minha vida", falei isso. Me levantei, com um beijo no rosto me despedi de Márcio, a partir daquele momento eu estava decidida a me dedicar a "conquistar" Eduardo, e dessa vez não iria deixá-lo escapar sem esforço. Meu sentimento falava mais alto, um impulso impossível de controlar me fez seguir Dudu que saiu do mar com a prancha e foi em direção a trilha do Costão de Itacoatiara.




sexta-feira, 15 de maio de 2009

Sabem aqueles dias que você pensa que o mundo é cor de rosa, que a vida da gente é como as novelas e os filmes cheios de romantismo e fantasias? Depois de assistir um filme ( ELE NÃO ESTA TÃO AFIM DE VOCÊ) me fez ficar um pouco mais romântica que o possível, cada dia tenho a certeza que tudo se ajeita, que o que tem que ser será e ninguém pode mudar, a vida dar voltas, pode ser clichê, mas o que ainda não aconteceu um dia vai acontecer...
XV

A balada foi ótima, nos leves momentos de sobriedade lembro-me que curti muito e tinha feito o que devia ter feito a muito tempo, IGNOREI o Eduardo, as meninas me contaram que quando eu estava ficando com o Márcio em cima da mesa, Dudu ia passando e viu, como ele estava sozinho não se conteu, acho que por orgulho de estar acostumado de me ver correndo atrás dele sempre, veio falar comigo, disse que estava feio o que eu estava fazendo, que não era normal eu fazer essas coisas, etc. O que ele pensa? Normal pra ele é me ver sofrendo sozinha enquanto ele me ilude e fortalesce o ego dele? O sentimento que sinto por Eduardo é muito forte, mas nunca viveria uma vida em função de um homem, ainda mais um cara que não me dá bola, ou melhor, que me dá bola quando está sozinho comigo, estava começando a decidir, algo estava querendo me libertar desse sentimento tão forte que era pra fazer bem e estava me fazendo mal. Amar aquele homem era um fato pra mim, deixar de amá-lo antes me parecia impossível, mas agora estava virando uma idéia necessária, mas no fundo eu sabia que seria em vão querer esquecê-lo, ele não sairia da minha cabeça tão fácil. O dia pós-festa estava sendo um pouco difícil, começando pela ressaca e dor de cabeça que me tirava a paciência e o bom humor, acordei por volta das 15 horas da tarde, não tinha ninguém no quarto, nem sinal do Márcio e muito menos das meninas, estava morrendo de fome, tomei um banho e desci para comer algo, quando cheguei lá na cozinha, Fred estava conversando com a Rebecca, soltei uma piadinha: "peguei os dois no flagra!", acho que estavam discutindo, ele saiu com uma cara meio de aborrecido, só disse um "oi" seco e saiu. Quando fui falar com Bequinha pra esclarecer o que tinha acontecido, ela me contou que o Márcio tinha dormido no quarto comigo, quis até saber se tinha rolado algo a mais, porém ela não sabia dizer, já que os casais Bia e Róger, Rebecca e Fred esticaram até a praia e só voltaram pra casa muito tempo depois de mim, ninguém tinha certeza se tinha "rolado" ou não... Aquela notícia estava me corroendo, não acredito que tinha feito algo que pra mim era especial e muito pensado com um desconhecido, mesmo que seja lindo, mas para mim Márcio era um desconhecido, o jeito de saber a verdade era pergntar a fonte, ou seja, tinha que conversar com Márcio. A galera estava reunida na praia, fui lá fazer uma social, já que estava com a cabeça estourando. Ao chegar na barraca onde todos estavam, encontrei Danilo, sentamos um pouco para conversar e beber água de coco. Conversa vai, conversa vem, até que o assunto da vez é o de sempre: "Eduardo". Danilinho me contou que o "amigo" estava meio confuso, que estava balançado entre a namorada e uma mulher que estava mexendo com a cabeça dele, nossa, aquilo me pegou de jeito, só podia ser uma coisa ou outra: ou a mulher que mexia com a cabeça de Eduardo era eu, ou ele era o maior galinha e tinha outra na parada. Para não pensar "caraminholas" e me iludir mais, mudei de assunto, falávamos então de Ricardo, Danilo me contava algumas histórias engraçadas do amigo e suas aventuras, tudo me agradava, sinceramente Itacoatiara e as pessoas que moram lá eram incríveis e me fazia senti cada vez mais acolhida, estava me envolvendo cada vez mais com aquela cidade. Me despedi de Danilo quando avistei Márcio saindo do mar, minha nossa, parecia um oásis, que homem lindo, ele mexia com meu corpo, mas não podia ficar sem saber o que relamente tinha acontecido entre nós dois, fiz sinal e ele caminhava em minha direção, um sorriso tão encantador, um corpo que...a cada passo que ele dava, meu coração batia mais forte, chegava a hora da verdade...




sexta-feira, 1 de maio de 2009








Em alguns momentos de nossa vida é difícil demais enxergar o que está no nosso nariz, não por sermos bobos demais, e sim por acreditar no que os outros dizem ser a verdade, digo até por ingenuidade, confiança em excesso, pureza, por achar que todos merecem uma confiança, mesmo que este prove que não a mereça. Muitas vezes ouvi os outros me dizendo que nunca vou sobreviver no mundo fora da minha casa, esses dias em Itacoatiara tinha me tirado a venda que o cuidado excessivo da família nos cega, no começo era uma menina romântica, cheia de sonhos e desejos a realizar, hoje, posso dizer que estava virando uma mulher, entendia que nem tudo era como sonhamos, e mesmo que o que queremos seja o certo, mas nem sempre o amor vence, ou o bem prevalece sobre o mal, minha ingenuidade se lapidava com a convivência na sociedade sem máscaras.






XIV



Nossa, minha cabeça estava a mil por hora, tudo tão rápido e intenso, as últimas horas tinham sido bem "conturbadas" para uma tarde chuvosa. Quando cheguei na pensão, Rebecca e Bia me encheram de perguntas e exigiam esclarecimentos sobre onde eu estava, com quem, e por que tinha demorado tanto para voltar. Bem curta e grossa soltei: "Agora não estou afim de responder, vou trocar essa roupa molhada e depois conversamos"! Bem, elas não gostaram muito do meu tom, mas pararam de perturbar um pouco, subi e tomei um banho quente, coloquei uma roupa limpa e me deitei, não me sentia como antes, arrependida até as tampas por ter saído no momento crucial da situação, mas um orgulho me deixava satisfeita do meu feito. Não sei por quanto tempo durmi, mas quando acordei já era noite e algumas vozes vinham me acordando aos poucos, Rebecca e Beatriz estavam preocupadíssimas com o que vestir, a cama estava coberta de roupas, até em cima de mim tinha algumas peças. " Pra onde vocês vão tão arrumadas?", quis amenizar o clima estranho que pairava sobre eu e minhas "irmãs", fiquei sabendo que ia ter um festão na praia, não era um luau, mas algo um pouco mais agitado, quer dizer "bem" agitado, parecia uma boa distração, resolvi entrar no pique das meninas e me arrumei também para ir pra tal festa. Saquei que tinha algo a mais nessa festa, mas ninguém quis me contar, não sei qual surpresa se escondia nesse evento, mas era grande e de impacto, já que todos estávam numa aflição só, as meninas capricharam no visual, já que todos estavam prontos, lindos e perfumados, fomos com nossos amigos da pousada para a boate de Itacoatiara. De longe dava pra perceber a movimentação, as pessoas animadas, tudo tão familiar, me lembrava minha "galera" de Fortaleza, que saudade dos amigos que lá tinham ficado, deixando a nostalgia de lado, a música era alta, tinha bebida, homens lindos, mas, como sempre meu olhar procurava um "ser único", não encontrava Eduardo. Como a intenção era animar e distrair, comecei a beber, a princípio uma dose de wisk, só pra esquentar, de repente Rebecca e Bia me puxam, a última pessoa do mundo que eu pensaria em encontrar em Itacoatiara e naquela festa, "olha Estela quem veio, o MÁRCIO!". Era o fim, reencontrar aquele homem alí na minha praia, me explicaram que ele tinha ligado pra se desculpar e agradecer pela ajuda que dei a ele, e também pra rever as meninas, que ele diz que tinha gostado muito. Depois do impacto "Márcio", tudo corria bem, tinha esquecido um pouco do Dudu, e tudo estava muito tranquilo, como tinha de ser em uma festa: bebida, dança, brincadeiras, amigos, tudo muito agradável. Como em toda festa que se preze tem que ter um excesso, a excessiva da vez foi... eu mesma, queria me livrar dos pensamentos que vinham me atormentar, o arrempendimento, a raiva, a carência, saudade, tudo ao mesmo tempo, "CHEGA", quero esquece-lo, e como já tava manjado mesmo, fiquei um pouquinho mais alterada que o normal, a ponto de subir em cima da mesa e dançar descendo até o chão, pra piorar, todos entraram na onda e ficaram me incentivando a dançar mais ainda, pronto, empolgação geral, a coisa começou a piorar quando vi de longe Ricardo, pronto, ele lógico que me viu e foi até onde eu estava: "Só não vai cair, desce daí mulher, o Eduardo tá aqui viu?". Pronto, me desmoronou de vez, parei e desci da mesa, mas graças a Deus tive a sanidade de fazer uma pergunta: "Ele tá sozinho?"; Ricardo olhou com uma carinha meio piedosa e disse: "Não, ele veio com a Bárbara". Engoli a seco e retruquei: "Foi? Que bom, divirtam-se então!", na mesma hora subi na mesa e tripliquei a empolgação de antes, Ricardo fez uma cara de que sabia que aquilo não ia terminar bem. Rebecca finalmente conseguiu a oportunidade que tanto queria, Fred tinha acabado de chegar e se juntou a nossa turma, pronto, Bequinha tomou a iniciativa, quando olhamos de novo estavam no maior "agarro", Beatriz que estava de olho em um dos amigos que vieram conosco, um alto, queimado, loiro, muito bem apessoado, foi só me virar pra pegar uma bebida, quando volto o olhar ja eram dois casais no maior "love". Era tudo o que eu queria, aquela "pegação" alí só pra aumentar minha carência, mas algo estava mudando, Márcio empolgadíssimo com o clima de romance no ar, subia a mesa em que eu estava, dançamos um pouco, tudo normal, até que uma mão que antes estava na minha cintura, agora passava por minhas costas em direção ao meu rosto, foi um envolvimento tão incrível, não tinha como negar, Márcio era muito atraente e lindo, quando a pessoa está no ponto em que eu me encontrava não tinha como resistir, um puxão nos fez embarcar em um único embalo, que lábios quentes, mãos fortes, ele sabia muito bem o que estava fazendo, e eu? Será que sabia o que estava fazendo?...



quinta-feira, 2 de abril de 2009

Aquele Momento.



Algumas vezes me pego pensando no futuro, imaginando finais felizes, mas mesmo pensando em cada detalhe, imaginando as possibilidades de dar errado e ensaiar um possível contorno da situação, tudo que a gente planeja sai totalmente fora do planejado. Quando algo não sai do jeito que queremos ficamos com raiva do mundo, falamos e fazemos coisas impensadas com as pessoas erradas, um sentimento tão obscuro e negativo invade nosso coração, paramos de pensar por alguns minutos e fazemos grandes bobagens, as por culpa nossa mesmo, esquecemos que para ter algo que queremos muito não depende só da sorte ou de Deus, temos que nos empenhar para conseguir nossos objetivos, por mais simplórios que sejam, temos que lutar muito para conquistar nossos objetivos...


XIII


Por um momento pensei que o mundo tinha parado só para nós dois, aquele lugar aconchegante, frio, mas ao mesmo tempo quente, parou, parou tudo, só pensava no momento e na oportunidade que eu "acho" que pintava naquela hora. Não estava mais resistindo a tanta aproximação, queria sentir a mesma alegria que senti uma vez, meu desejo se resumia em um beijo, não um qualquer, mas um que marcasse aquele dia, aquela cena, me sentia incrivelmente tentada a partir pra cima dele, o que me contia era o medo de ser rejeitada, mas não sabia se pensava com os neurônios ou com o coração. Meu amor por Eduardo não era passageiro, veio pra ficar, senti que estava adiantando um degrau a mais, deixava de ser uma "paixão" de verão, e brotava no lugar, uma flor, uma rosa branca, pura e singela, delicada e frágil, perfumada e encantadora, estava aprendendo o que é o "amor". Deixava de me sentir uma jovem, para virar uma Mulher, sentindo coisas que nunca sentira antes. Aquele momento era propício a tudo, mas não sentia que estávamos na mesma sintonia, não ele com envolvido em um relacionamento com a Bárbara, tudo tão difícil e tão atraente, não conseguiria me livrar daquela história tão fácil, me envolvi pra valer, já via tudo ao lado daquele homem. Quando algo ia acontecer, para contrariar todas as opiniões, a iniciativa não tinha sido minha. Estávamos um encostado no rosto do outro, eu ele abraçados, sem blusa, eu de short e ele de bermudão, derrepente, uma mão deslizava suavemente pelas minhas costas, desceu e foi subindo delicadamente, um carinho tão desejado a tempos, tão maravilhoso e tão gostoso. Como uma cena que não deixou a desejar a nenhum filme de Hollywood, a boca dele foi de encontro a minha, sedenta por um beijo, nossos lábios desejavam um ao outro, nossos corpos queimavam, nada nos afastaria naquele momento, eu era completamente do Eduardo, e ele era completamente meu. Faltava muito pouco para me entregar a vontade mais fervorosa que sentira na minha vida, mas resisti, quando ele vinha com os lábios d eencontro aos meus, abaixei a cabeça, e me afastei dele, meu Deus, como me doeu fazer aquilo, meu coração sangrava, meus instintos mais agressivos queriam rebelar-se para agredir a mim mesma, naquele momento quis me "matar", e realmente morri, morri por uns 5 minutos. Dudu me olhava como quem não estava entendendo nada, não tinha como entender, para ele eu era totalmente apaixonada por ele, capaz de fazer de tudo para te-lo comigo, no fundo isso tudo era verdade, porém tinha que impôr minha presença, não dava pra ficar com ele durante uma chuva, que já tinha diminido e quase cessara, e no outro dia fingir que não tinha acontecido nada, até porque ele tem uma namorada que não podia nem imaginar que ele trocou uma palavra comigo, imagina ela saber que "quase ficamos". Achei o mais correto o que fiz, me arrependi até a alma de não ter cedido aos meus impulsos, mas foi necessário fazer para mostrar que comigo não é passageiro, que não sou "qualquer uma". Como a chuva tinha dado uma trégua, me levantei, peguei nossas blusas, entreguei a dele, agradeci por ter me ajudado no momento que mais precisei, me vesti e fui sozinha para a pousada, se ele ficou ou se foi embora, não sei, mas fui e não olhei para trás.

sábado, 21 de março de 2009




" Tudo o que eu queria era sentir de novo o amor, eu daria tudo pra sentir de novo o amor"

O motivo da foto de hoje do post não é uma expressão da minha personalidade masoquista não, longe de mim, mas quero mostrar as duas faces do amor em um único símbolo: o coração, que é o símbolo UNIVERSAL do amor, e o sangue, que representa a dor que algumas vezes ou melhor sempre passamos por isso! Além de estar feliz por reencontrar meu Dudu, algo me trazia umas coisas estranhas, eu queria acreditar que dessa vez ia dar certo, que iriamos ficar juntos "finalmente", uma coisa me tirava dessa "órbita", quando pensava em Itacoatiara me vinha logo a cabeça meu surfista preferido, mas dessa vez um surto de realidade me tirou o sossego, lembrei que daqui a algumas semanas teria que voltar para minha cidade e então dar adeus aos meus sonhos, ou melhor: meu sonho "Eduardo"...


XII

Estava cada vez mais próximo o fim da viagem de volta a Itacoatiara, depois desses dias longe e de ter viajado quase "fugida", me sentia muito contente com a volta, além do mau pressentimento que enchia minha cabeça. Algum tempo passado, "Itacoatiara chegamos", assim disse Rebecca quando descemos do ônibus, Bia já reclamava que não tinha visto nenhum shopping e que seu notebook estava descarregado; eu estava com a boca seca, o tempo estava um pouco fechado, um vento frio tirava a alegria de correr pra praia, fomos então para a pousada. Chegando na pousada dei de cara com Fred, o filho da dona da pousada, ele me deu um sorriso e pegou nossas malas, como era muito bonito e estava de bermudão, Rebecca já olhou com segundas intenções para o rapaz, mas ele era mais jovem e inocente, nem percebeu nada; depois de deixar as malas no quarto, Fred me deu um recado um tanto "não desejado": Minha família tinha ligado perguntando por mim, pediram para retornar a ligação com urgência... Fiquei calada, não sabia o que dizer além do "obrigada" de praxe. As meninas foram tomar banho e trocar de roupa para passearmos pela cidade, enquanto elas arrumavam-se, desci para comer algo, me sentei num sofá enquanto esperava minhas amigas descerem, pra quebra a festa de "geral" começou a chover, uma chuva estranha, tinha um vento forte, pingos grossos, pingava muito pouco, mas era esquisito, nunca tinha presenciado algo parecido. Rebecca e Beatriz preferiram ficar de conversa com alguns hóspedes da pousada, pra variar eram homens fortes, brozeados e surfistas, não posso negar que eram bem gatinhos e interessantíssimos, mas o que eu queria não estava ali. Enquanto todos conversavam e a chuva deu uma trégua, sai "á francesa" e fui para a praia, para meu maior espanto, tudo estava quase deserto, também com um mar tão agitado quem seria doido de entrar? Tirando algumas pessoas nas barracas, quase todas fexadas, na praia só tinha mesmo areia e água salgada; a força do mar com suas ondas me fascinavam,a correnteza realmente estava brava, puxando e perigoso, aquilo me fascinava, era como se eu estivesse hipnotizada, me sentei, não sei o que me deu, mas precisava entrar no mar, como se algo me chamasse, incrível! Me levantei aos poucos, deixei tudo o que trazia nas mãos jogados na areia, o vento ficou mais forte, meus cabelos que estavam presos, soltaram-se; fui andando em direção as águas do mar, quando estava prestes a entrar uma mão me segurou forte no meu braço... Nem acreditei quando vi de quem se tratava, Eduardo me encarava sério, eu olhava sem acreditar, num movimento brusco e rápido me puxou e arrastou-me até uma barraca, estávamos só nós dois, fui praticamente, sem delicadeza alguma, jogada em uma cadeira enquanto ele buscava meus pertences que estavam jogados na areia e o vento quase levando. A ficha neste momento caiu, ele não parecia nem um pouco alegre ao me reencontrar, quando sentou-se ao meu lado falou algo meio grosseiro: "Você está louca? Virou suicida? Ia entrar no mar agitado desse jeito? Você não pensa, não?!" Fiquei meio sem palavras, dá até pra entender né? Olhei para os lados, meio constrangida, tentei argumentar: "Não foi porque quis, fiquei tão fascinada que me deixei levar, mas não ia entrar." Ele me olhou com um pouco de vergonha, acho que pela maneira com que falou comigo, perguntou onde eu estava os dias passados, enquanto conversavamos a chuva caía forte, não dava pra encarar ir pra casa debaixo daquela água toda, e ainda estava ventando muito, uma parte da barraca onde estávamos foi levada pelo vento, saímos dessa barraca e fomos nos abrigar no posto da praia, estava fexado, mas tinha um lugar seguro, dava pra esperar a chuva passar sem medo. O assunto entre nós acabou e a chuva não parava, pelo contrário, ficava mais forte ainda, estávamos molhados, ele espirrava muito e tirou a blusa, me disse para fazer o mesmo ou ficaríamos doentes, o momento não era propício, mas não conseguia mais esconder a curiosidade e perguntei: "Você e a Bárbara, como estão?" O que eu esperava era uma notícia positiva em meio a tantas descepções, mas pelo contrário, ele me disse que resolveu dar uma nova chance a garota. Fiquei balançada com a novidade, não teve como esconder a descepção, e consequentimente ele percebeu minha cara de desânimo; se aproximou de mim quando ia falar algo um trovão estrondoso nos assustou e ele me abraçou, acho que por solidariedade a meu visível medo, segurou forte na minha mão, estava tremendo devido ao frio intenso que fazia, me agarrei nele com a intenção de esquentar e ajuda-lo...Óbvio que estava tirando uma casquinha também, não sou de ferro, ficamos abraçados por algum tempo, sem dizer nada, só se ouvia o som da respiração. Era uma provação muito grande, sabia que não tinha força para suportar aquela situação totalmente "normal", e o estopim foi quando lembrei de um pensamento que li na página de recados de um amigo, ele dizia: "Não impeça os seus impulsos.Empregue-o de acordo com o momento. Amor e inteligência unidos têm maior força"...






sábado, 14 de fevereiro de 2009





Liberdade, algo tão cobiçado por alguns, roubado por outros, sempre digo que sou uma pessoa do mundo, livre pra voar, mas quando voamos para lugares que não sabemos nos encaixar, o que mais queremos é voltar pro ninho e se acolher nas asas da família. Não me sentia muito encaixada na cidade, so queria voltar pra praia, lá sim eu me sentia parte original do ambiente, me libertava de um jeito que não sabia explicar, me sentia livre como nunca me senti antes, evitava até pensar no dia em que teria que voltar pro meu cantinho, e deixar aquele paraíso para trás já não me fazia bem imaginar.






XI



Eu já estava pronta, Rebecca e Bia não se decidiam, uma estava indecisa se usava a sombra da cor da da blusa ou do sapato, outra estava na duvida se usava um brinco mais discreto ou outro mais chamativo. Na hora certa, por milagre, estávamos todas prontas, agora quem atrasava era o Márcio, tinha marcado para as 22:00 e já passavam das 22:35, resolvemos então pegar um táxi e dar um rolé pela cidade, perguntamos ao taxista qual a boate mais badalada, por simpatia o homem, que era bem jovem, nos levou a um lugar muito agitado, uma fila enorme, mas algo me dizia que alí ia ser legal; agradecemos ao homem e fomos para a balada.


No decorrer da festa, bebidas e mais bebidas, música alta, homens lindos e nenhum me atraia, nenhum me causava aquele nervosismo e tremedeira que o Eduardo me causou quando nos encontramos, não sei se foi o impacto da pranchada que ele me deu na testa, mas aquele homem marcou muito, e nenhum outro me faria esquece-lo, tinha agora certeza disso. Fui andar um pouco pelo lugar, minhas amigas estavam "bem" acompanhadas por acaso, estava indo em direção do banheiro quando encontrei o Márcio, parecia meio bêbado, falava coisa com coisa, peguei e o levei para um lugar mais arejado, peguei uma água e dei para ele beber, um pouco de medicina veterinária me ajudou a perceber que aquele homem estava drogado, e não era pouco, o coração estava muito acelerado, sabia que a vida dele estava em minhas mãos naquele momento; sem pensar duas vezes, peguei o celular, chamei uma ambulância, liguei para as meninas, mas nada, elas não atendiam, acho que nem escutaram o celular tocando. Quando a ambulância chegou fui com Márcio para o hospital, fiquei com pena de deixar ele ir sozinho, e bem ou mal, ele tinha sido gente boa conosco na praia, aliás, mesmo que não tivesse sido, nunca deixaria uma pessoa passando mal sem ajuda-la. Já estava cedo do dia, tinha cochilado na cadeira do hospital, meu celular estava sem bateria, fui a um telefone público e liguei para Rebecca, nunca pensei que elas estariam tão preocupadas comigo e por incrível que pareça, elas estavam sóbrias, gritaram comigo, quase desliguei o telefone, mas entendi a preocupação, se estivesse no lugar delas teria feito o mesmo.


Márcio estava fora de perigo, ele foi salvo de uma overdose causada pelo uso excessivo de ecstase e álcool, quando as meninas chegaram contei com mais calma sobre o que tinham acontecido, como era de se esperar, a descepção com Márcio foi geral, um homem tão bonito, charmoso e simpático, era estranho pensar que isso poderia acontecer com alguém perto de mim, as vezes me sentia "a parte do mundo" em que vivia, era como se tudo fosse uma novela, onde tudo acontecia de forma imaginável e esperada, aquilo tinha quebrado um pedaço da minha muralha contra a realidade, pouco antes, tudo girava em torno do meu amor por um homem, minha viagem, minhas amigas e meu curso de veterinária; me sentia diferente, mais forte e decidida, não me senti "a tal" quando salvei um conhecido da morte, mas abriu as portas do mundo real para mim.


Quando chegamos ao hotel ainda estávamos meio chocadas com as últimas 12 horas, queria tomar um banho e esquecer o que tinha acontecido, foi isso que fiz, depois fui durmir. Ao acordar vi malas prontas num cantinho perto da parede, um exagero de malas, mas tudo estava embalado e empacotado, quando questionei Beatriz para saber o por que daquilo, fui pega de surpresa quando me disseram que queriam conhecer a minha praia, " rumo a Itacoatiara", disse rebecca. Dei um pulo e me joguei contra minhas amigas, gargalhavamos, meu coração pulava e batia forte, não estava tendo uma overdose, mas sim um ataque de felicidade por saber que a poucas horas veria meus amigos e meu amado de novo.



terça-feira, 3 de fevereiro de 2009




Existe algo mais gostoso que reencontrar alguém querido, antes de tê-lo longe, não nos damos conta da importância que tinham em nossa vida. Aquele velho ditado: Só damos a importância merecida, quando perdemos. Sentir-se bem é tão importante, nos aplicamos tanto para fazer outros felizes, que esquecemos que nós também precisamos da felicidade, qual sentido da vida? Para que tantos sentimentos se não podemos sentí-los? Amor, existe tanto tipo de amor, aquele entre pais e filhos, esse sempre temos, mesmo que em alguns casos estremessa um pouco, mas sempre está alí; entre irmãos, um pouco difícil, mas verdadeiro; entre homem e mulher, esse acaba mas é bom enquanto dura; o amor entre amigos, esse é tão forte quanto o da família, e de tão grande importância quanto os outros, resumindo amar é tudo, do jeito certo, sem excessos.


X


Depois de conversar por horas a fio, Eu, Bia e Rebequinha, dormimos no Rio mesmo; as meninas tinham chegado a pouco e queriam conhecer a cidade antes de irmos para Itacoatiara/Niterói. O dia amanheceu, eram umas 9:30 da manhã, a primeira a acordar foi Rebecca, assim que abriu os olhos tratou de acordar todo mundo, queria sair pra praia, sonhava quando lia as revistas de fofoca e apareciam os famosos jogando futvôlei ou tomando sol na praia de Ipanema, então contagiou a mim e a Bia também, e fomos pra praia, depois iríamos almoçar numa churrascaria muito conhecida, se chamava porcão, um lugar muito badalado, uma comida deliciosa também. Quando chegamos na praia as meninas foram logo estendendo as cangas na areia pra pegar um bronze, eu só pensava em voltar pra itacoatiara, lembrei que nem tinha me despedido dos meninos, do Dudu, será que procuraram por mim? Sera que sentiram minha falta? Aquela coisa de mulher apaixonada, ai ai, so parava um pouco quando via aqueles homens passando de sunga por nós, não sou de ferro, e olhar não tira pedaço, as meninas conheceram um cara muito simpático, ele se chamava Márcio, era alto, moreno, musculoso, um oblíquo de deixar qualquer mulher atentada... Rebecca e Bia ficaram super amigas dele, ele parecia confiável, um sorriso muito lindo, percebi que minhas amigas estavam mais que interessadas neste homem, e tinha certeza que não era so pela amizade! A fome bateu e fomos almoçar, o Márcio não nos acompanhou porque ainda tinha que trabalhar, e fomos só nós, almoçamos e fomos de volta para o hotel, a noite nosso novo amigo nos levaria para conhecer a noite carioca, algo me dizia que iria ser muito longa!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009







Amor, paixão, raiva, carinho, ódio, compaixão, sentimentos que confundem a cabeça das pessoas, como sabemos que amamos uma pessoa quando apenas estamos envolvidos pela famosa paixão fulminante, ou até apenas desejo que não chega a ser paixão, muito menos amor. Como distinguir sentimentos? Será que uma paixão ardente passageira poderia virar amor? ou virce versa?! E amizade? Pode vir a ser um sentimento mais forte, não entre amigos, mas sim entre um homem e uma mulher?






IX






Depois da conversa com Eduardo, fui pra pousada, me sentia leve, com a mente tranquila, poderia ter sido injusta, ter jogado baixo e deixado o gatinho livre pra mim, mas pelo contrário, fui justa comigo e com ele, posso até ter juntado o casal 20 de novo, mas pelo menos não sujei minhas mãos. Por mais que eu estivesse triste em saber que o Dudu ainda gostava muito da namorada, estava com esperanças, ele estava se aproximando de mim, eu também estava me sentindo mais próxima, ganhando a confiança dele, isso era bom, era pelo menos um começo.Quando acordei olhei pela janela e vi a praia tão cheia, o sol me chamava pra dar uma passada por lá, o mar tão lindo, será que era um sinal, algo me chamava naquela praia. Troquei de roupa, coloquei meu melhor biquini, nem tomei café, quando ia saindo da pousada o Fred me chama, esse era o filho da dona do estabelecimento, gente boa, ele me avisou de quatro telefonemas de uma pessoa chamada Beatriz; nossa como podia ter esquecido que minhas amigas iriam chegar nesse dia? Só deu tempo de dar meia volta, trocar de roupa, arrumar uma malinha básica e partir pro Rio, esperar minhas amigas no aeroporto. Quando cheguei na cidade maravilhosa, não tinha me dado conta que a cidade também era tão linda e atraente quanto a praia, fui logo pro aeroporto, tinha o endereço de um hotel baratinho que minha prima me deu, tomei um chá de cadeira, fiquei esperando mais de 7 horas, ja não aguentava mais ficar lendo revistas, nem tomar café, minha bunda tava quadrada de tanto ficar sentada, fui então dar uma volta pelo aeroporto, vai que encontrava algum famoso? Era meu sonho encontrar alguém famoso, que luxo,quando ia saindo do banheiro dei de cara com o Henri Castelli, nossa que homem lindo, ele nem me viu, mas tudo bem. Mais meia hora depois, escutei a voz anunciando que o voô tinha chegado, fui esperá-las e quando vi minhas amigas quase infarto, foi tanto abraço. Fomos direto para o hotel, tinha tantas coisas pra contar, pra escutar, no mínimo aquela fofoca toda duraria horas...

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009






Queria saber como me achar, me sentia perdida em um lugar paradisíaco, meu sonho era passar férias na praia, curtir sol, mar, e nesse momento queria meu quartinho, meus ursinhos fofos, meu cachorro pulguento, topava até passar uns dias na casa do interior dos meus avós que fica no fim do mundo, sem direito a internet, telefone, só paz, descanço e o chamego do colo do vovô e da vovó. Ai que saudade das minhas amigas, as risadas, as piadinhas, as festinhas, pronto achei o ponto em questão, estava precisando esfriar a cabeça, queria pelo menos uma amiga conhecida que me conhecesse pra me dar uma direção, desatar esse nó que pairava em minha cabeça; queria fugir, se pudesse tirava o Eduardo do meu coração, dos meus pensamentos, mas como faria isso? Uma vez me disseram que se cura um amor com um novo amor, mas será que não piora a situação? Se o outro for pior que o primeiro? Ai ai, quanto mais pensava mais me perdia nas conclusões absurdas, bem que aquela frase dava certinho comigo agora : Cabeça vazia oficina do diabo!


VIII


Que droga, eu e meu coração molenga, não aguentei ver a carinha de descepção, como poderia negar ajuda a um alguém que necessita?! Mesmo que essa pessoa seja tão importante pra mim, mesmo ela vindo me falar da namorada, ser egoísta não fazia parte da minha personalidade, nem do meu caráter. Dei alguns passos em direção a Eduardo e segurei sua mão, sinceramente não sei, mas me passou uma sensação boa; sem falar nada fui puxando ele até uma mesa na beira da praia, ja era noite, mas como era lua cheia, tava tudo claro, sentei ao lado dele, pedi um coco e fiquei admirando o mar, parecia furioso, as ondas estavam muito forte, Dudu quis se levantar, não parecia á vontade, mas pedi para ele ficar, me desculpei pelo papelão de pouco tempo antes, ele deu um sorriso e contou que os meninos alertaram que eu era desastrada mas não relataram que eu surtava! Pronto, em outra ocasião me sentiria irritada com o infeliz comentário, mas resolvi sorrir, ele começava a ficar mais tranquilo, começamos a falar sobre coisas banais, o novo repertório da banda, ele me prometeu algumas aulas de bateria, contei que sabia tocar violão e cantar, ele me desafiou a participar do proximo ensaio, eu iria dividir o vocal com ele o Ricardo e o Danilo, aceitei o convite, os cocos chegaram, quando fui pegar o meu, sei lá, mas como sempre, peguei de mal jeito e derramou um pouco no meu pé, um grande motivo para Eduardo me olhar e fazer aquela cara de "Ainda vai dizer que não é desastrada?", Olhei de volta lançando aquele velho olhar de "tudo bem, admito, você estava certo"! Enquanto tomávamos a água de coco, resolvi arriscar em perguntar sobre o namoro dele, com a cara que fez, percebi que "aí" estava o problema, relutou muito a falar qual o problema na verdade, mas acabou desabafando: ela é mimada, infantil algumas vezes, mandona, ciumenta, mas sei que ela gosta de mim, e muito, eu também gosto dela, mas de uns dias pra cá as brigas aumentaram e as cobranças também, não sei o que fazer, já pensamos em dar um tempo, o que não durou nem 2 dias...

Vendo ele falar da atual, ex, futura namorada, ou sei lá, acabei que nem escutei mais o que ele estava falando, que falta de educação minha, mas automaticamente só conseguia ver a boca dele se mexendo, os olhinhos que olhavam para mim, pro mar, pro céu, "minha nossa senhora", quando ele olhava pro céu a lua refletia naqueles olhos que de longe eram escuros, mas com a luz do luar ficavam mais claros, uma cor incrível, e o sorriso, quando sorria apareciam dois buraquinhos nas bochechas, um de cada lado, o sinal acima da boca do lado direito, era um charme a parte. Eu viajando naquele mix de beleza e mistério, quando paro pra prestar atenção no que ele falava, adivinha? O assunto ainda era a loira aguada, mentira, ela era linda, tinha uma personalidade difícl mas no fundo era totalmente do bem e louca por ele, eu sabia que ainda tinha futuro o namoro deles. Era hora de pôr minha honestidade a prova, a pergunta foi lançada: Você acha que eu devo dar uma segunda ou terceira chance pra uma pessoa a quem eu não tenho certeza dos meus sentimentos? Cara, que dificuldade, eu poderia deixar o caminho livre pra mim só em dizer : Se você não tem certeza, melhor dar um tempo até definir seus sentimentos, ela não te entende, te sufoca? Então termina e pronto, fica livre pra mim! Sacanagem dizer isso pra ele, tinha que dizer o óbvio, fui e respondi: Vocês tem uma história juntos, mesmo estando em crise, isso tudo pesa um pouco, melhor você levar em conta que ela te conhece, gosta de você, seus sentimentos estão confusos, mas pode ser passageiro ou não, mas o que você precisa é escutar oq eu seu coração diz, leva tudo em conta, não dispreza nada, reflete, chama ela pra conversar e ai vocês decidem o que fazer. Ele deu um sorriso como se tivesse saído de um buraco negro e encontrado a luz, segurou minha mão e olhou nos meus olhos dizendo: Obrigado, os meninos estavam certos, você é uma mulher incrível! E me deu um abraço, o abraço mais gostoso que já recebi...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009








As vezes é preciso dar um tempo, parar e rever os assuntos importantes, extravasar a pressão que em alguns casos nos fazem dizer ou agir de forma impensada, adiar algo pode nos dar tempo parar agir da forma certa, não como uma atitude covarde, mas como um sábio que fez a escolha certa. Por muito tempo me sentia presa a uma vida regrada, uma rotina que me prendia a uma vidinha que me escondia todo um universo versátil ao mesmo tempo que é devagar e envolvente, sutil e intenso, que me fascinava de ouvir falar, nunca havia me apaixonado com tanta intensidade, esse relacionamento havia me mostrado um mundo que eu até então não conhecia, mas havia me apaixonado a primeira vista.




VII



Aquela cena, parecendo um filme ou novela de televisão, tudo estava tão certo, tão lindo, mas me intrigava, de repente ele chega me segue e arma aquela situação toda, por que? Não dava pra acreditar que ele estava apaixonado por mim, não tava batendo, tudo tão pensado e tão rápido, uma situação muito propícia pro meu gosto. A iniciativa como disse foi minha, em um momento de pura revolta me levantei, jogando areia para todos os lados, e disse que não podia ficar ali com ele, poxa, todo mundo daquela cidade sabia que meu coração batia, pulava, fazia um malabarismo todo por ele, armar aquela situação pra nada ia ser de uma maldade tremenda; olhei pra ele e falei, quer dizer, obriguei ele a me contar o por que de me seguir, me intimidar, me iludir, forçar aquela situação, falei mesmo, ainda disse mais, que ele não tinha coração, que sabia que eu era afim, quanto mais eu falava ia andando, e falando alto, brigando com ele, chutei areia, engoli também; quando olhei pros lados cadê o Eduardo? Eu falando e gritando e brigando, e ele sentadinho na areia morrendo de rir, depois do descontrole emocional em público, deixei o rapaz no momento de êxtase, fiquei com tanta raiva dele que não olhava nem onde pisava, até que quando parei pra pensar vi que tinha esquecido minhas sandálias, não eram apenas sandálias normais, eram minhas havaianas personalizadas que minha vozinha enfeitou pra mim no carnaval, toda colorida, tinha um amor tão grande por ela, não teve outra, ou esquecia o mimo que vovó me deu, ou voltava engolia o orgulho e pegava meu bibelô. Quando dei meia volta e ja ia andando de novo pra praia, vi aquele espetáculo de homem na minha frente,tão alto, tão forte, tão lindo segurando minhas sandalinhas na mão, teve o trabalho de pegar e ir atrás de mim pra devolver, ele contou que ainda falou pra mim que tinha esquecido, mas eu nem escutei, ele soltou um sorriso lindo e eu viajei tanto naquele sorriso que entrei em transe, parei total naquele homem, cmo podia um ser de carne e osso e músculos me fascinar tanto, ao mesmo tempo que eu tentava me desligar daquele, daquilo tudo, eu me envolvia mais e mais e mais... Eu tava precisando de um tempo, como esquecer uma pessoa que vira e mexe eu encontro na praia, na barraca, na turma que eu estava no meio, na pracinha, no mercado, passando na rua sozinho ou com a "namorada perfeita", até eu tava querendo mudar. Voltando a cena, Dudu me entregou as sandálias e pediu desculpas se me fez sentir mal, ele se explicou dizendo que tinha ficado na praia comigo porque todos os meninos falavam que eu era muito legal, que era uma ótima pessoa pra ser "amiga", e pensou que ele também poderia ser meu "amigo", aquilo doeu mais do que se ele tivesse dito que só quis tirar uma onda com a minha cara, depois de se desculpar saiu arrastando os pés no chão, tão tristinho, pra baixo mesmo, com uma carinha de dar pena, logo eu que morro de amores por ele, vê-lo naquela trip era muito ruim, no momento em que faltava o chão pra ele, eu caia no mesmo buraco. Sabia o que fazer, só dependia de mim...