motivação.

motivação.

sábado, 23 de maio de 2009


XVI

O nervosismo de ter a conversa com Márcio era fulminante, estava aflita e não sabia o que falar, como começar a falar, como agir. Qual seria a reação dele? O que ia acontecer depois dessa conversa? Eu estaria errada em esclarecer tudo, uma atitude que talvez poderia nos afastar, e com isso perderia um alguém que me fizesse esquecer Eduardo, o que acontecia comigo? Acho que meu inconciente não queria esquecer o amor que sentia por Dudu, e terminar, o que nem tinha começado, com Márcio iria mostrar para todos que sou fiel aos meus sentimentos, fiel ao meu amor. A cada passo que Márcio dava em minha direção, nossa que aflição, me sentia mais perto do abismo, um abismo tão torturante. Meus pensamento brotavam como água da torneira, e ver aquele homem "espetáculo" sorrindo, nossa que sorriso, iluminava tudo, a água escorrendo pelo rosto, passando pelos lábios, o queixo, pescoço, a barriga malhada, aquele corpo moreno tão... Enfim, chegou a hora da verdade, chamei Márcio para um lugar mais reservado, não sabia o que dizer, enrolei, gaguejei, tossi, suava frio, e falei! Falei tudo o que queria, perguntei o que tinha acontecido no quarto quando ficamos juntos, o que ele queria comigo, se iamos ficar com amizade colorida ou se ele tinha outras intenções. Me surpreendi no meu desempenho, fui tão direta, depois que decidi parar de enrolar falei, e por incrível que pareça Márcio achou graça, não parava de rir, me senti uma palhaça! Ele me explicou que não era de se amarrar, que queria viver uma aventura, que tinha sentido uma química comigo, que tava afim de "deixar rolar". O que eu podia falar? Fiquei pasma com o que escutei, uma boca tão linda falando aquilo, interropi na hora, o que ele pensava? Que eu era assim uma qualquer? Que fica uma vez e se "der vontade" nele de ficar comigo de novo é só chamar que eu fico?! Ah, mas não mesmo, o que eu podia esperar de uma homem como ele? Chegou todo mansinho cheio de palavras fofas, pediu desculpas, criou o maior clima pra depois me falar aquilo, "sinto muito Márcio, mas o que você esta pensando é totalmente contrário ao que eu penso e ao que eu quero da minha vida", falei isso. Me levantei, com um beijo no rosto me despedi de Márcio, a partir daquele momento eu estava decidida a me dedicar a "conquistar" Eduardo, e dessa vez não iria deixá-lo escapar sem esforço. Meu sentimento falava mais alto, um impulso impossível de controlar me fez seguir Dudu que saiu do mar com a prancha e foi em direção a trilha do Costão de Itacoatiara.




sexta-feira, 15 de maio de 2009

Sabem aqueles dias que você pensa que o mundo é cor de rosa, que a vida da gente é como as novelas e os filmes cheios de romantismo e fantasias? Depois de assistir um filme ( ELE NÃO ESTA TÃO AFIM DE VOCÊ) me fez ficar um pouco mais romântica que o possível, cada dia tenho a certeza que tudo se ajeita, que o que tem que ser será e ninguém pode mudar, a vida dar voltas, pode ser clichê, mas o que ainda não aconteceu um dia vai acontecer...
XV

A balada foi ótima, nos leves momentos de sobriedade lembro-me que curti muito e tinha feito o que devia ter feito a muito tempo, IGNOREI o Eduardo, as meninas me contaram que quando eu estava ficando com o Márcio em cima da mesa, Dudu ia passando e viu, como ele estava sozinho não se conteu, acho que por orgulho de estar acostumado de me ver correndo atrás dele sempre, veio falar comigo, disse que estava feio o que eu estava fazendo, que não era normal eu fazer essas coisas, etc. O que ele pensa? Normal pra ele é me ver sofrendo sozinha enquanto ele me ilude e fortalesce o ego dele? O sentimento que sinto por Eduardo é muito forte, mas nunca viveria uma vida em função de um homem, ainda mais um cara que não me dá bola, ou melhor, que me dá bola quando está sozinho comigo, estava começando a decidir, algo estava querendo me libertar desse sentimento tão forte que era pra fazer bem e estava me fazendo mal. Amar aquele homem era um fato pra mim, deixar de amá-lo antes me parecia impossível, mas agora estava virando uma idéia necessária, mas no fundo eu sabia que seria em vão querer esquecê-lo, ele não sairia da minha cabeça tão fácil. O dia pós-festa estava sendo um pouco difícil, começando pela ressaca e dor de cabeça que me tirava a paciência e o bom humor, acordei por volta das 15 horas da tarde, não tinha ninguém no quarto, nem sinal do Márcio e muito menos das meninas, estava morrendo de fome, tomei um banho e desci para comer algo, quando cheguei lá na cozinha, Fred estava conversando com a Rebecca, soltei uma piadinha: "peguei os dois no flagra!", acho que estavam discutindo, ele saiu com uma cara meio de aborrecido, só disse um "oi" seco e saiu. Quando fui falar com Bequinha pra esclarecer o que tinha acontecido, ela me contou que o Márcio tinha dormido no quarto comigo, quis até saber se tinha rolado algo a mais, porém ela não sabia dizer, já que os casais Bia e Róger, Rebecca e Fred esticaram até a praia e só voltaram pra casa muito tempo depois de mim, ninguém tinha certeza se tinha "rolado" ou não... Aquela notícia estava me corroendo, não acredito que tinha feito algo que pra mim era especial e muito pensado com um desconhecido, mesmo que seja lindo, mas para mim Márcio era um desconhecido, o jeito de saber a verdade era pergntar a fonte, ou seja, tinha que conversar com Márcio. A galera estava reunida na praia, fui lá fazer uma social, já que estava com a cabeça estourando. Ao chegar na barraca onde todos estavam, encontrei Danilo, sentamos um pouco para conversar e beber água de coco. Conversa vai, conversa vem, até que o assunto da vez é o de sempre: "Eduardo". Danilinho me contou que o "amigo" estava meio confuso, que estava balançado entre a namorada e uma mulher que estava mexendo com a cabeça dele, nossa, aquilo me pegou de jeito, só podia ser uma coisa ou outra: ou a mulher que mexia com a cabeça de Eduardo era eu, ou ele era o maior galinha e tinha outra na parada. Para não pensar "caraminholas" e me iludir mais, mudei de assunto, falávamos então de Ricardo, Danilo me contava algumas histórias engraçadas do amigo e suas aventuras, tudo me agradava, sinceramente Itacoatiara e as pessoas que moram lá eram incríveis e me fazia senti cada vez mais acolhida, estava me envolvendo cada vez mais com aquela cidade. Me despedi de Danilo quando avistei Márcio saindo do mar, minha nossa, parecia um oásis, que homem lindo, ele mexia com meu corpo, mas não podia ficar sem saber o que relamente tinha acontecido entre nós dois, fiz sinal e ele caminhava em minha direção, um sorriso tão encantador, um corpo que...a cada passo que ele dava, meu coração batia mais forte, chegava a hora da verdade...




sexta-feira, 1 de maio de 2009








Em alguns momentos de nossa vida é difícil demais enxergar o que está no nosso nariz, não por sermos bobos demais, e sim por acreditar no que os outros dizem ser a verdade, digo até por ingenuidade, confiança em excesso, pureza, por achar que todos merecem uma confiança, mesmo que este prove que não a mereça. Muitas vezes ouvi os outros me dizendo que nunca vou sobreviver no mundo fora da minha casa, esses dias em Itacoatiara tinha me tirado a venda que o cuidado excessivo da família nos cega, no começo era uma menina romântica, cheia de sonhos e desejos a realizar, hoje, posso dizer que estava virando uma mulher, entendia que nem tudo era como sonhamos, e mesmo que o que queremos seja o certo, mas nem sempre o amor vence, ou o bem prevalece sobre o mal, minha ingenuidade se lapidava com a convivência na sociedade sem máscaras.






XIV



Nossa, minha cabeça estava a mil por hora, tudo tão rápido e intenso, as últimas horas tinham sido bem "conturbadas" para uma tarde chuvosa. Quando cheguei na pensão, Rebecca e Bia me encheram de perguntas e exigiam esclarecimentos sobre onde eu estava, com quem, e por que tinha demorado tanto para voltar. Bem curta e grossa soltei: "Agora não estou afim de responder, vou trocar essa roupa molhada e depois conversamos"! Bem, elas não gostaram muito do meu tom, mas pararam de perturbar um pouco, subi e tomei um banho quente, coloquei uma roupa limpa e me deitei, não me sentia como antes, arrependida até as tampas por ter saído no momento crucial da situação, mas um orgulho me deixava satisfeita do meu feito. Não sei por quanto tempo durmi, mas quando acordei já era noite e algumas vozes vinham me acordando aos poucos, Rebecca e Beatriz estavam preocupadíssimas com o que vestir, a cama estava coberta de roupas, até em cima de mim tinha algumas peças. " Pra onde vocês vão tão arrumadas?", quis amenizar o clima estranho que pairava sobre eu e minhas "irmãs", fiquei sabendo que ia ter um festão na praia, não era um luau, mas algo um pouco mais agitado, quer dizer "bem" agitado, parecia uma boa distração, resolvi entrar no pique das meninas e me arrumei também para ir pra tal festa. Saquei que tinha algo a mais nessa festa, mas ninguém quis me contar, não sei qual surpresa se escondia nesse evento, mas era grande e de impacto, já que todos estávam numa aflição só, as meninas capricharam no visual, já que todos estavam prontos, lindos e perfumados, fomos com nossos amigos da pousada para a boate de Itacoatiara. De longe dava pra perceber a movimentação, as pessoas animadas, tudo tão familiar, me lembrava minha "galera" de Fortaleza, que saudade dos amigos que lá tinham ficado, deixando a nostalgia de lado, a música era alta, tinha bebida, homens lindos, mas, como sempre meu olhar procurava um "ser único", não encontrava Eduardo. Como a intenção era animar e distrair, comecei a beber, a princípio uma dose de wisk, só pra esquentar, de repente Rebecca e Bia me puxam, a última pessoa do mundo que eu pensaria em encontrar em Itacoatiara e naquela festa, "olha Estela quem veio, o MÁRCIO!". Era o fim, reencontrar aquele homem alí na minha praia, me explicaram que ele tinha ligado pra se desculpar e agradecer pela ajuda que dei a ele, e também pra rever as meninas, que ele diz que tinha gostado muito. Depois do impacto "Márcio", tudo corria bem, tinha esquecido um pouco do Dudu, e tudo estava muito tranquilo, como tinha de ser em uma festa: bebida, dança, brincadeiras, amigos, tudo muito agradável. Como em toda festa que se preze tem que ter um excesso, a excessiva da vez foi... eu mesma, queria me livrar dos pensamentos que vinham me atormentar, o arrempendimento, a raiva, a carência, saudade, tudo ao mesmo tempo, "CHEGA", quero esquece-lo, e como já tava manjado mesmo, fiquei um pouquinho mais alterada que o normal, a ponto de subir em cima da mesa e dançar descendo até o chão, pra piorar, todos entraram na onda e ficaram me incentivando a dançar mais ainda, pronto, empolgação geral, a coisa começou a piorar quando vi de longe Ricardo, pronto, ele lógico que me viu e foi até onde eu estava: "Só não vai cair, desce daí mulher, o Eduardo tá aqui viu?". Pronto, me desmoronou de vez, parei e desci da mesa, mas graças a Deus tive a sanidade de fazer uma pergunta: "Ele tá sozinho?"; Ricardo olhou com uma carinha meio piedosa e disse: "Não, ele veio com a Bárbara". Engoli a seco e retruquei: "Foi? Que bom, divirtam-se então!", na mesma hora subi na mesa e tripliquei a empolgação de antes, Ricardo fez uma cara de que sabia que aquilo não ia terminar bem. Rebecca finalmente conseguiu a oportunidade que tanto queria, Fred tinha acabado de chegar e se juntou a nossa turma, pronto, Bequinha tomou a iniciativa, quando olhamos de novo estavam no maior "agarro", Beatriz que estava de olho em um dos amigos que vieram conosco, um alto, queimado, loiro, muito bem apessoado, foi só me virar pra pegar uma bebida, quando volto o olhar ja eram dois casais no maior "love". Era tudo o que eu queria, aquela "pegação" alí só pra aumentar minha carência, mas algo estava mudando, Márcio empolgadíssimo com o clima de romance no ar, subia a mesa em que eu estava, dançamos um pouco, tudo normal, até que uma mão que antes estava na minha cintura, agora passava por minhas costas em direção ao meu rosto, foi um envolvimento tão incrível, não tinha como negar, Márcio era muito atraente e lindo, quando a pessoa está no ponto em que eu me encontrava não tinha como resistir, um puxão nos fez embarcar em um único embalo, que lábios quentes, mãos fortes, ele sabia muito bem o que estava fazendo, e eu? Será que sabia o que estava fazendo?...