motivação.

motivação.

sexta-feira, 1 de maio de 2009








Em alguns momentos de nossa vida é difícil demais enxergar o que está no nosso nariz, não por sermos bobos demais, e sim por acreditar no que os outros dizem ser a verdade, digo até por ingenuidade, confiança em excesso, pureza, por achar que todos merecem uma confiança, mesmo que este prove que não a mereça. Muitas vezes ouvi os outros me dizendo que nunca vou sobreviver no mundo fora da minha casa, esses dias em Itacoatiara tinha me tirado a venda que o cuidado excessivo da família nos cega, no começo era uma menina romântica, cheia de sonhos e desejos a realizar, hoje, posso dizer que estava virando uma mulher, entendia que nem tudo era como sonhamos, e mesmo que o que queremos seja o certo, mas nem sempre o amor vence, ou o bem prevalece sobre o mal, minha ingenuidade se lapidava com a convivência na sociedade sem máscaras.






XIV



Nossa, minha cabeça estava a mil por hora, tudo tão rápido e intenso, as últimas horas tinham sido bem "conturbadas" para uma tarde chuvosa. Quando cheguei na pensão, Rebecca e Bia me encheram de perguntas e exigiam esclarecimentos sobre onde eu estava, com quem, e por que tinha demorado tanto para voltar. Bem curta e grossa soltei: "Agora não estou afim de responder, vou trocar essa roupa molhada e depois conversamos"! Bem, elas não gostaram muito do meu tom, mas pararam de perturbar um pouco, subi e tomei um banho quente, coloquei uma roupa limpa e me deitei, não me sentia como antes, arrependida até as tampas por ter saído no momento crucial da situação, mas um orgulho me deixava satisfeita do meu feito. Não sei por quanto tempo durmi, mas quando acordei já era noite e algumas vozes vinham me acordando aos poucos, Rebecca e Beatriz estavam preocupadíssimas com o que vestir, a cama estava coberta de roupas, até em cima de mim tinha algumas peças. " Pra onde vocês vão tão arrumadas?", quis amenizar o clima estranho que pairava sobre eu e minhas "irmãs", fiquei sabendo que ia ter um festão na praia, não era um luau, mas algo um pouco mais agitado, quer dizer "bem" agitado, parecia uma boa distração, resolvi entrar no pique das meninas e me arrumei também para ir pra tal festa. Saquei que tinha algo a mais nessa festa, mas ninguém quis me contar, não sei qual surpresa se escondia nesse evento, mas era grande e de impacto, já que todos estávam numa aflição só, as meninas capricharam no visual, já que todos estavam prontos, lindos e perfumados, fomos com nossos amigos da pousada para a boate de Itacoatiara. De longe dava pra perceber a movimentação, as pessoas animadas, tudo tão familiar, me lembrava minha "galera" de Fortaleza, que saudade dos amigos que lá tinham ficado, deixando a nostalgia de lado, a música era alta, tinha bebida, homens lindos, mas, como sempre meu olhar procurava um "ser único", não encontrava Eduardo. Como a intenção era animar e distrair, comecei a beber, a princípio uma dose de wisk, só pra esquentar, de repente Rebecca e Bia me puxam, a última pessoa do mundo que eu pensaria em encontrar em Itacoatiara e naquela festa, "olha Estela quem veio, o MÁRCIO!". Era o fim, reencontrar aquele homem alí na minha praia, me explicaram que ele tinha ligado pra se desculpar e agradecer pela ajuda que dei a ele, e também pra rever as meninas, que ele diz que tinha gostado muito. Depois do impacto "Márcio", tudo corria bem, tinha esquecido um pouco do Dudu, e tudo estava muito tranquilo, como tinha de ser em uma festa: bebida, dança, brincadeiras, amigos, tudo muito agradável. Como em toda festa que se preze tem que ter um excesso, a excessiva da vez foi... eu mesma, queria me livrar dos pensamentos que vinham me atormentar, o arrempendimento, a raiva, a carência, saudade, tudo ao mesmo tempo, "CHEGA", quero esquece-lo, e como já tava manjado mesmo, fiquei um pouquinho mais alterada que o normal, a ponto de subir em cima da mesa e dançar descendo até o chão, pra piorar, todos entraram na onda e ficaram me incentivando a dançar mais ainda, pronto, empolgação geral, a coisa começou a piorar quando vi de longe Ricardo, pronto, ele lógico que me viu e foi até onde eu estava: "Só não vai cair, desce daí mulher, o Eduardo tá aqui viu?". Pronto, me desmoronou de vez, parei e desci da mesa, mas graças a Deus tive a sanidade de fazer uma pergunta: "Ele tá sozinho?"; Ricardo olhou com uma carinha meio piedosa e disse: "Não, ele veio com a Bárbara". Engoli a seco e retruquei: "Foi? Que bom, divirtam-se então!", na mesma hora subi na mesa e tripliquei a empolgação de antes, Ricardo fez uma cara de que sabia que aquilo não ia terminar bem. Rebecca finalmente conseguiu a oportunidade que tanto queria, Fred tinha acabado de chegar e se juntou a nossa turma, pronto, Bequinha tomou a iniciativa, quando olhamos de novo estavam no maior "agarro", Beatriz que estava de olho em um dos amigos que vieram conosco, um alto, queimado, loiro, muito bem apessoado, foi só me virar pra pegar uma bebida, quando volto o olhar ja eram dois casais no maior "love". Era tudo o que eu queria, aquela "pegação" alí só pra aumentar minha carência, mas algo estava mudando, Márcio empolgadíssimo com o clima de romance no ar, subia a mesa em que eu estava, dançamos um pouco, tudo normal, até que uma mão que antes estava na minha cintura, agora passava por minhas costas em direção ao meu rosto, foi um envolvimento tão incrível, não tinha como negar, Márcio era muito atraente e lindo, quando a pessoa está no ponto em que eu me encontrava não tinha como resistir, um puxão nos fez embarcar em um único embalo, que lábios quentes, mãos fortes, ele sabia muito bem o que estava fazendo, e eu? Será que sabia o que estava fazendo?...



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